Os Instrumentos Musicais
Acordeom
O Acordeão chegou à na música árabe no Egito no início do século 20 e foi originalmente usado sem qualquer alteração para adicionar um sabor estrangeiro à música (por exemplo, em "Sahirtu" de Muhammad Abdel Wahab em 1935). Mais tarde, foi alterado para adicionar novas notas (os "quartos de tom") que lhe permitiram tocar muito mais escalas maqam árabes com entonação suficientemente boa. O acordeão é extremamente popular nos gêneros Raqs Sharqi (dança do ventre) e Sha'b.
Alaúde
Al úd ou Alaúde é considerado o “sutão” dos instrumentos, símbolo da música árabe, tanto atualmente, como na antiguidade. É um instrumento de corda e é preferido pelos compositores que acompanham os cantores solos e para declamar poesias árabes antigas.
O alaúde é um instrumento de origem muita antiga, produz os melhores sons e é o único instrumento capaz de seguir todas as melodias, pois foi construído inspirando-se nos movimentos que representam os 4 elementos fundamentais da natureza: o fogo, a terra, a água e o ar.
Arghool
Arghool é bastante primitivo e de origem egípcia. Do árabe “urgun” significa órgão ou instrumento tradicional, é um instrumento folclórico e de sopro. O instrumento está entrelaçado com a história egípcia e pode ser rastreado até os tempos faraônicos, pois é exatamente retratado nas pinturas murais dos templos da terceira dinastia.
Buzuq
Bouzouk utilizado na música grega e em alguns países dos Emirados Árabes. Trata-se de um alaúde pequeno no corpo e longo no braço com trastes.
O Buzuq é um instrumento de cordas da família oud. Está mais próximo do Bouzouki grego e do Saz turco. O Buzuq é originalmente um instrumento popular do Mediterrâneo Oriental (Palestina, Jordânia, Líbano e Síria) que geralmente é tocado sozinho. Mas está listado junto com os outros instrumentos tradicionais porque passou para a música pop árabe dominante em meados do século XX. Desde então, tem participado de muitas gravações e apresentações ao vivo, tornando-se parte do conjunto árabe.
Bongo
Bongô é um instrumento musical do tipo membranofone, composto por dois pequenos tambores unidos entre si por uma placa, na maioria das vezes, feita de madeira.
Em geral abertos na extremidade oposta da pele e o corpo é geralmente cônico e constituído de várias peças de madeira encaixadas e presas por um ou mais anéis metálicos, numa construção semelhante a um barril. Encontram-se também menos frequentemente, bongôs que são feitos de uma única peça de madeira escavada ou de meia seção de um coco ou cabaça.
Daff
Daff é uma palavra genérica para tambor de armação em árabe, e as variedades locais podem ter nomes diferentes, como Mazhar na Síria/Egito ou Bendir no norte da África. O daff tem uma moldura circular de madeira. A pele é tradicionalmente de cabra, veado ou outra pele natural, e é permanentemente colada à armação, enquanto os daff-s modernos têm pele de plástico e são ajustáveis. O daff é especialmente popular na música Sufi onde muitas vezes é o único instrumento usado para acompanhar o canto, e também é usado em gêneros clássicos, folclóricos e pop para alcançar uma seção rítmica maior.
Katim
O Katim do verbo "katama", silenciar ou abafar é um tambor de armação pesado de som abafado.
O Katim é geralmente segurado entre os joelhos do instrumentista e é para ser tocado com as mãos e não com os dedos.
A maioria dos Katem-s de hoje tem pele de plástico e afinação ajustável.
O papel principal do Katem é dar apoio a outros instrumentos na seção rítmica, acentuando os sons básicos do dum e takstrong> com muita ornamentação.
Mazhar
O Mazhar egípcio é um tambor de armação muito pesado com címbalos grandes.
Ele é projetado para produzir batidas graves em uma seção rítmica volumosa e diversa, como a que é utilizada em uma Zaffa (procissão de casamento), onde o Iqa‘ Zaffa é apresentado.
Req Mazhar - (Bendir de címbalos, Daff ou Duff de címbalos) possui um aspecto exatamente igual ao “Tar”, distinguindo-se apenas pelo tamanho, um pouco menor.
Pandeiro grande com “Snujs” e com um som estrondoso. Qa Nún
Mizmar
Mizmar é um instrumento de sopro de alto diapasão, muito utilizado em danças folclóricas, assim como para a dança marcial masculina.
Mizmar também é chamado de ZIMR.
Encontra-se mais no mundo islâmico com algumas variações, aí se aumenta o ar e a velocidade, podendo elevar uma oitava.
Possui repetidos trinados e timbre no agudo.
A diferença deste para o Mijurez é que este é duplo.
Instrumento árabe muito utilizado em danças folclóricas e muitas vezes em algumas aldeias, chegando a substituir o próprio derbak.
Org Arabic
O órgão elétrico comumente chamado de org em árabe, do francês "orgue".
Tornou-se muito popular na música árabe no final dos anos 1960 até os anos 1970.
Seu pioneiro e superstar do instrumento foi o tecladista egípcio Magdi el-Husseini.
O org foi alterado para tocar quartos de tom suficientemente bons, tão bons quanto os do acordeão, o que lhe permitiu tocar a maioria das escalas maqam. O org foi usado para tocar uma combinação de linhas melódicas e acordes simples. Juntos, o org e a guitarra elétrica criaram um som e um clima distintos que marcaram a música árabe daquela década.
Oud
O Oud (também grafado 'Ud) é um dos instrumentos mais populares da música árabe. Seu nome significa "uma tira fina de madeira" em árabe, e isso se refere às tiras de madeira usadas para fazer seu corpo em forma de pêra. O braço do oud é curto em comparação ao corpo e não tem trastes. Isso permite que o oud atinja uma afinação excelente e o torna ideal para executar os maqamat árabes.
O oud tem um timbre quente e uma grande extensão tonal, pode transmitir bem tanto a melodia quanto o ritmo porque é percussivo. Isso o torna perfeitamente adequado para acompanhar cantores. É também o instrumento preferido dos compositores para escrever uma nova melodia. Oud taqasim também são muito populares em concertos ao vivo e também em gravações.
O oud árabe é basicamente o mesmo instrumento que existe em muitos outros países da região por exemplo, Turquia, Grécia, Irã, com pequenas diferenças em dimensões, estilo e timbre. O "alaúde" europeu é descendente do oud, de onde recebeu seu nome (al-oud).
Piano Árabe
Embora o piano tenha sido incluído na música árabe desde o início do século 20, ele era usado como um instrumento ocidental para adicionar uma pitada clássica às composições árabes por exemplo, em "al-Siba wal-Gamal" de Muhammad Abdel Wahab, 1939.
O Piano Árabe, entretanto a que nos referimos é tocado melodicamente (sem harmonia) dentro da estrutura do maqam árabe.
O pioneiro do piano árabe foi o libanês Wadih Sabra, que tocou um piano dotado de notas adicionais durante o Congresso de Música Árabe do Cairo de 1932. Mais tarde, o libanês Abdallah Chahine também alterou um piano para tocar quartos de tom e gravou um álbum chamado "al- Nagham al-Khalid" com taqasim nos maqamat mais comuns.
No final do século 20, o músico e dramaturgo libanês Ziad Rahbani gravou muitas canções e composições instrumentais usando um piano acústico ou elétrico (um Fender Rhodes) para tocar linhas melódicas em maqam ou harmonia dentro de um gênero de fusão com jazz.
Qanun
O Qanun é um descendente da antiga harpa egípcia. Desempenha um papel fundamental na música árabe desde o século X. A palavra qanun significa "lei" em árabe. Este nome provavelmente foi dado ao qanun porque é o instrumento que estabelece o tom para outros instrumentos e cantores.
O corpo do qanun consiste em uma placa de madeira em forma de trapézio sobre a qual 81 cordas são esticadas em grupos de três, com 24 cordas agudas compostas por três cordas para cada nota. O instrumento é apoiado sobre o colo do músico ou sobre uma pequena mesa. As cordas do qanun são dedilhadas com dois plectros, um plectro preso ao dedo indicador de cada mão. Uma longa ponte no lado direito do instrumento repousa sobre janelas cobertas de couro de cabra (ou peixe) que transportam a ressonância para a caixa. No lado esquerdo, cada conjunto de cordas atravessa uma série de pequenas alavancas de latão que são usadas para fazer mudanças microtonais na afinação.
Como o qanun inclui apenas 8 notas por oitava, o instrumentista inicialmente regula as alavancas para criar a escala do maqam inicial. Quando o instrumentista precisa modular para outro maqam, ele ou ela precisa girar algumas alavancas para frente e para trás com a mão esquerda enquanto toca com a mão direita. Uma modulação rápida também pode ser obtida usando a unha do polegar esquerdo para subir temporariamente a afinação de algumas cordas.
Riqq
O Riqq é um pequeno tambor de armação com pratos. O aro é geralmente feito de madeira mas existem alguns modelos de alumínio. É tradicionalmente coberto com couro de peixe, embora os riqq-s modernos utilizem plástico (Mylar). Os címbalos dão ao riqq seu som distinto. Eles são feitos de latão e vêm em 5 às vezes 6 grupos de quatro.
O riqq pode ser usado para tocar ciclos rítmicos e ornamentações muito complexas usando intrincadas técnicas de dedilhado, e pode produzir uma grande variedade de sons utilizando a pele, a armação de madeira e os címbalos.
O riqq é geralmente o único instrumento de percussão em um takht (conjunto de câmara tradicional árabe) e seu instrumentista é chamado de dabet al-iqa‘ (controlador / gerenciador do ritmo).
Sagat
Sagat pronuncia-se Sajat fora do Egito são címbalos de latão com cerca de 1½ a 2 polegadas (entre 4 e 5 cm) de diâmetro (existem címbalos maiores de até duas vezes esse diâmetro; estes são chamados de Tura). Eles são presos no polegar e no terceiro dedo de cada mão usando faixas elásticas. Sagat são às vezes chamadas pelo nome turco de "zills".
As Sagat são muito populares entre profissionais de Raqs Sharqi Bailarinas de dança do Ventre, pois acentuam e adicionam cor a outros instrumentos de percussão na seção rítmica.
Na Turquia é chamado de Zills.
Saxofone
O saxofone é um instrumento raro na música árabe, apesar de ser capaz de produzir uma boa afinação em escalas maqam.
Nunca chegou a se popularizar como o acordeão árabe e foi usado principalmente para adicionar um som inovador aos arranjos orquestrais árabes.
O principal pioneiro do saxofone árabe é Samir Surour (Egito), cuja formação foi em bandas militares de metais.
Surour tocou em algumas canções de Umm Kulthum, e depois gravou uma série de álbuns instrumentais solo sob o nome ‘‘Ashiq el-Sax (O Amante de Sax).
Saltério
Saltero é considerado o segundo mais importante instrumento de corda dentro da música árabe. Ele é triangular, como mostra a foto, e precursor da harpa e piano. Contém 24 cordas triplas. Acredita-se que ele tenha sido inventado por um matemático e físico muçulmano chamado al – Farabi, sendo o mais sensível de todos os instrumentos. O som resulta do toque das cordas de cobre que vibram sobre uma cavidade de madeira. O número das cordas chega a 90. Para a bailarina de Dança do Ventre, o Saltero é muito importante, acompanhando com perfeição as evoluções e os giros.
Tabla
A Tabla também chamada de "Dirbakki" ou Derbak nos dialetos levantinos ou "Darbuka" nos países ocidentais é um tambor em forma de cálice com uma pele fixada em um dos lados.
As tabla-s tradicionais são feitas de argila e têm pele de peixe ou cabra colada e presa firmemente com um sistema de fios tecidos. Tabla-s modernas têm um corpo de alumínio com uma pele de plástico substituível e ajustável (Mylar).
A tabla é um instrumento muito utilizado na música folclórica e no pop, e é especialmente popular no gênero musical para Dança do Ventre. É usada até certo ponto em gêneros mais clássicos.
Tabla é um instrumento de percussão imprescindível para a bailarina e os músicos. Muito utilizado no mundo árabe, ele marca o ritmo de todo o resto do grupo musical, tanto em músicas modernas quanto em músicas tradicionais. É interessante notar que ele é coberto por pele de peixe e às vezes de cabra. Seu som pode variar dependendo dos toques do músico e do tamanho do instrumento. As bailarinas, em sua maioria, adoram e recorrem ao “derbak”, para reavivar um show, podendo com ele substituir todos os outros instrumentos de percussão. Durante uma apresentação, bailarina e o derbakista realizam um verdadeiro diálogo, variando os ritmos de mais lento para o mais rápido. O Egito é um país muito rico em ritmos como: masmudi, carachi, whada wo noz, malfuf, baladi. Todos esses ritmos, comandados pelo “derbak”, são o suporte das melodias coreográficas da bailarina de dança do ventre.
Tabl Baladi
O Tabl Baladi é um grande tambor com estrutura de madeira e pele grossa em ambos os lados. É usado pendurado por um cinto em volta do ombro do músico e tocado com duas baquetas: a grossa é para o som do dum tocado com a mão dominante, e a baqueta fina é para o som do tak tocado com a outra mão.
O Tabl Baladi é ideal para música ao ar livre em um ambiente de aldeia ("baladi" significa "da aldeia") e pode fornecer o ritmo para danças em roda como o "Dabke", juntamente com instrumentos igualmente sonoros como o Mizmar. O Tabl Baladi não toca ritmos muito complexos ou ornamentados e é ideal para iqa‘at pesados 4/4 como Baladi, Sa‘idi e especialmente Nawari.
Tar
Tar - Pandeiro é parecido com o “duf”, o que se distingue é que possui “uns pratinhos” metálicos incrustados no aro de madeira e que faz o som ficar mais ligeiro.
É um instrumento muito importante porque pode acompanhar o solo das evoluções rítmicas da Bailarina.
Tablele
Tablele este nome significa Tambor Grande, é um instrumento recoberto por pele nos dois lados. Toca-se com ele pendurado ao corpo e com uma baqueta por trás, mais fina e outra maior, marcando o som grave à frente. Harbabeh ou Kamanja Precursor do violino. Tocado na posição vertical, sua forma clássica é o Kemenjeh. Possui duas cordas encravadas na rabeca – em uma concha de coco. Kamanja é um violino como o ocidental, só que usado na escala árabe
Teclado
O Teclado Oriental é o sucessor do org e foi introduzido no mercado no final do século XX. Sua principal vantagem era sua capacidade de imitar sons de vários instrumentos tradicionais árabes por sampleamento e, dessa forma, o músico poderia invocar um Mijwiz, um Qanun ou mesmo um Saxofone com o toque de um botão.
A maioria das empresas de sintetizadores (como Roland, Yamaha, GEM, Kawai, Korg e Ketron) fabrica modelos de teclado oriental e inclui um gerador de ritmo eletrônico integrado onde o músico pode complementar sua melodia / acordes com iqa‘at pré-gravados de Instrumentos de percussão árabes sampleados. Isso torna o Teclado Oriental um instrumento muito poderoso e versátil, e essencial na música árabe pop e na música para dança.
Trompete
O Trompete Árabe é usado para tocar as escalas árabes maqam. Alguns músicos conseguem isso usando um trompete equipado com uma quarta válvula (que pode produzir quartos de tom), outros o fazem usando as varas na primeira e na terceira válvulas (disponíveis em todos os trompetes profissionais).
O trompete nunca chegou a se tornar um instrumento mainstream na música árabe, e é o único instrumento arabizado que nunca foi incluído na orquestra de Umm Kulthum. O mais conhecido trompetista árabe e pioneiro é o egípcio Sami al-Babli, que se apresentava regularmente com o cantor Sha'bi Ahmed Adaweyya.
Hoje em dia, dois jovens músicos de ascendência árabe levam adiante o Trompete Árabe, e ambos o fazem em uma roupagem de jazz que combina a harmonia ocidental com melodias maqam árabes: Amir Elsaffar (Iraque / EUA) e Ibrahim Maalouf (Líbano / França).
Violino
O violino chamado kamanja ou kaman em árabe foi incorporado ao conjunto árabe no final do século XIX e substituiu variedades locais de rabecas como a kamanja, a rababa e a jowza. Embora se possa argumentar que o violino é o exemplo mais óbvio de instrumento arabizado, ele foi naturalizado há muito tempo e adquiriu sua própria afinação, técnica de execução e estilo de ornamentação. O som do violino árabe é tão essencial para a música árabe quanto o do oud e do qanoun.
Por ser um instrumento sem trastes, o violino pode produzir todas as nuances possíveis de afinação do sistema árabe maqam.
O estilo de tocar o violino árabe é altamente ornamentado, com glissandos, trinados, vibrato amplo e cordas duplas, geralmente usando uma corda solta como um pedal. O timbre do violino árabe varia de rico e quente, semelhante ao som do violino ocidental, a nasal e penetrante.